Da extrema-direita para a União Europeia, com amor

Foi há meia dúzia de dias, e ainda está bem presente nas nossas mentes, o homicídio – eu prefiro chamar-lhe assassinato – da deputada trabalhista britânica Jo Cox* por um nacionalista de extrema-direita que gritou o nome daquele mini-partido que nunca tinha sido falado em Portugal, uma espécie de PNR lá do sítio, o britain first (as minúsculas são propositadas).

Ainda que o tal partido diga que nada tem a ver com o assassino, é interessante ver qual é a resposta dos nacional-fascistas à dedicação de alguém a causas humanitárias que tanto incomodam os ignorantes. À falta de argumentos que rebatam os factos para tentar conquistar o voto, e estou claramente a falar de quem usa a “ameaça” da imigração e dos empregos que os “estrangeiros” vão roubar para apoiar a saída do Reino Unido da União Europeia, a violência parece ser a resposta mais fácil. E é, claro. Mas nem sempre corre como esperado.

Hoje, pela primeira vez em não sei quanto tempo, as sondagens voltaram a pender para o lado do Remain, deixando Nigel Farage, Boris Johnson e restante compadrio a tremer. O empate a 44% (ver imagem abaixo) do Financial Times mostra que a resposta a esta ameaça está a ser bastante clara: união contra desestabilização.

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Se este brutal ataque perpetrado pela extrema-direita nacionalista britânica vai ter alguma repercussão, será uma completamente contrária ao pretendido: o remain vai acabar por ganhar. E os Farages e Boris deste mundo vão perder mais uma batalha.

 

*Não há homenagens suficientes que possam ser feitas ao honroso trabalho da deputada Jo Cox. Ficará para a história como um trágico símbolo de esperança e união.

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